Arte e técnica da Reconfiguração
Estudiosa
de Deleuze e Guattari, desde o final dos anos 80, Sandra Gorni
depreendeu, de tal mergulho, uma elaboração teórico-metodológica em seu
Mestrado em Arte-educação (ECA-USP), para tratar e expor os dados de uma
pesquisa que envolveu um universo de 150 escolas, dentre as quais, duas
destacadas para um estudo de caso que buscou compreender a relação
entre a dinamização da arte na escola e eventuais transformações na
cultura escolar.
No
doutorado, em Psicologia da Educação, pela Faculdade de Educação da
Universidade de São Paulo (Feusp), sua tese - uma cartografia teórica -
foi fundamentada nos mesmos autores: um filósofo, ainda pouco reconhecido nos meios acadêmicos e um psicanalista que traiu a Psicaná-lise.
Enquanto isso, teve sua formação enriquecida pelo Instituto Félix Guattari e Instituto Sedes Sapientiae.
Mas, as sementes da Reconfiguração de Vida
estavam mesmo brotando em seu próprio existir, tomado como atelier e
laboratório existencial, desde sua graduação em Artes. Foi o tempo em
que entendeu, epidermicamente, que a vida é a obra de arte de maior
grandeza e que, o mais profundo é mesmo a pele, como diz Paul Valéry - é
o que expressa a si de múltiplas formas.
E assim, foi se
metamorfoseando, de lagarta em borboleta de expressão, inicialmente como
professora de arte, em diversas escolas e faculdades, como coordenadora
pedagó-gica, como formadora de formadores de professores e
co-orientadora de equipes educacionais das Secretarias de Educação
municipais de São Paulo, Peruíbe e Nova Iguaçu, pelo Instituto Paulo
Freire. Finalmente, como proponente e formadora dos educadores sociais
de um projeto de ensino profissiona-lizante, financiado pela Petrobras,
para jovens da periferia de Campo Limpo, na cidade de São Paulo.
Em 2009, afastou-se do universo institucional escolar, depois de um crash
de sentido, seguido de um de seus mais significativos insights, pois
indicava-lhe uma aplicabilidade refinada de tudo quanto já havia
estudado, pesquisado e experimentado, no âmbito da orientação de
pessoas: as que procuravam o horizonte das transformações.
Foi quando abraçou seu novo processo de criação, elaborando uma
abordagem inovadora. Parecia uma terapia complementar, mas não era. Nem
tampouco, uma variação do "Coaching Life", da PNL, da EFT... Não. Era mais uma articulação
teórico-metodológica, plenamente inspirada na obra de Gilles Deleuze e
Félix Guattari, inventores que legaram ao final do século XX, e ainda
hoje, uma potente e singular forma de pensar as transformações e
precipitá-las, na prática, tanto no âmbito social mais amplo, como no
âmbito grupal e nas subjetividades desejosas de mundos nascentes ou
renascentes.
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